domingo, 2 de fevereiro de 2014

SHIIII !!!!












Esses dias estava lendo sobre o quão o silencio é libertador e sábio. Analisei essa afirmativa indo para minha sombra , silenciando todas minhas duvidas, angustias e conceitos, reparei nos sons ao meu redor. 
Percebi quantas coisas gritam dentro de mim, o quão meu dialogo interno é intenso e variado, que meus impulsos são consequências de um eco nunca ouvido antes. 
Virei – me para notar que quanto mais eu me calava, mais chegava a conclusões que antes não conseguia ver, porque eu estava ocupada demais querendo agir, superar, ou até mesmo controlar as situações ao meu redor. Quando troquei a fala pela observação me libertei de certezas antigas que me limitavam. Criei novas conclusões sem julgamentos pré – estabelecidos por experiências passadas.Limitei – me a ver tudo como novo, feito uma criança que esta tendo seu primeiro contato com o mundo, tendo suas primeiras sensações. 
Resolvi ouvir de fato minha música preferida e depois de muito tempo foi acometida por arrepios e lágrimas pela a emoção que a sinfonia me trouxe, ela me levou de volta a uma época onde eu me permitia sonhar, ouvir e viver mais. Ouvi macacos no meu muro fazendo bagunça, a respiração de meus cachorros, repousando serenamente ao meu lado, o canto do Bem – Te – Vi, que conversam entre si sem segredo algum, as árvores balançando como se dançassem uma coreografia de balé e suas copas faziam a percussão com as folhas. 
Até que quando me desliguei totalmente dos outros sentidos consegui escutar o silêncio que era delicadamente interrompido algumas vezes pelo vento. Para muitos isso nada mais é do que exercício de meditação, mas a proposta é além disso, é começar a ouvir mais , a vida, a si mesmo e o outro. 
Talvez se as pessoas ouvissem antes de tentar entender o outro, ou de pensar em qualquer resposta as relações humanas seriam mais preservadas. Durante uma discussão a palavra é disputada, porque além de querer ter razão, querem dar sua opinião, expressar seus sentimentos mas não se lembram de ouvir o que o outro esta falando. Estão tão limitados a falar, falar e falar que o ouvir passa a ser esquecido. 
Ouvir o outro não é apenas escutar ruídos de seus lábios; ouvir o outro é olhar nos olhos durante a conversa, deixa- lo dizer tudo o que precisa, digerir e só depois falar algo (ou não). Muitos dizem que silêncio é falta de consideração, pouco caso, vejo que o silêncio por vezes é demostração de carinho , preocupação e consideração. 
As vezes é necessário silenciar, porque as palavras que serão proferidas não farão nada além de magoar, nada terão além de veneno.
Ao invés de resolver e/ou aproximar as pessoas só fará com que se afastem, por mais que se amem há palavras, frases que queimarão mais que fogo, cortarão mais que navalha e deixarão cicatrizes doloridas que insistirão em ecoar dentro da alma.